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Empresas humanizadas: a importância de ter uma estratégia voltada a pessoas

Quando pensamos em empresas humanizadas, podemos pensar em companhias onde o colaborador e o seu bem estar é prioritário. São empresas onde o indivíduo consegue trazer um pouco mais da sua individualidade e dos seus talentos, e até mesmo mostrar problemas pessoais, sem a necessidade de ter medo de represálias.

Até pouco tempo, o que tínhamos como cases de empresas humanizadas eram startups com uma infraestrutura jovem, com espaço de jogos e de lazer, sextas-feiras com expediente menor, e outros benefícios que eram muitas vezes carregados como “verdadeiros troféus” por parte dessas empresas.

As áreas de descompressão e a possibilidade de um dress code aberto eram o cenário mais próximo que tínhamos disso.

Mas o que podemos entender por empresas humanizadas é muito mais do que isso.

O que são Empresas Humanizadas?

Uma empresa humanizada é uma instituição que sempre gera esforços para tomar ações de maneira consciente, em que tanto os colaboradores quanto os clientes possuem seus interesses refletidos nas atitudes e decisões da empresa.

Esse tipo de empresa busca estar sempre alinhada com a sociedade e o bem estar das pessoas. Seus métodos internos e externos buscam respeitar aspectos como valores pessoais, etnias e vontades dos grupos que a empresa possui algum tipo de relacionamento.

Uma empresa que promove um estilo mais humanizado consequentemente incorpora atitudes que valorizam o propósito individual e o coletivo, e fomenta um ambiente onde as pessoas atuam com paixão, com um sentimento de pertencimento genuíno.

Para o colaborador, trabalhar em uma empresa humanizada – ou estar em busca de uma – é uma grande vantagem, pois o trabalho se torna menos cansativo e está alinhado ao bem coletivo. Elas sempre estão promovendo debate, treinamentos, plano de carreira e acima de tudo, o respeito ao indivíduo.

3 Pilares para identificar empresas humanizadas

Não é difícil identificar empresas que se importam com as pessoas de suas equipes e com os impactos que geram na sociedade. Toda empresa humanizada, orientada ao bem estar e transparência com os colaboradores, segue ou incorpora ao menos um desses pilares:

  1. Propósitos claros, que vão além da questão do lucro: a empresa tem objetivos que não estão apenas associados ao lucro. São empresas com projetos sociais ou com contribuição em áreas de pesquisa e do desenvolvimento humano.
  2. Identificação de externalidades, tanto positivas quanto negativas: A empresa deve estar ciente dos impactos que causa no mundo e tentar reverter eles para uma utilidade positiva. Estamos falando de empresas que criam projetos para reduzir possíveis problemas e crises relacionadas ao seu mercado e área de atuação.
  3. Liderança e gestão consciente: Os gestores permitem a participação das equipes e criam um ambiente em que todos conseguem contribuir de alguma forma. Isso significa que essas empresas  se importam com o conforto e com a saúde física e mental dos envolvidos, disponibilizando canais de comunicação – que conectam toda a hierarquia, de formas que mudam de empresa para empresa.

Existem outros aspectos e pontos que norteiam as empresas a serem consideradas humanizadas, mas esses citados são os mais importantes.

Novos valores e formas de cuidar do colaborador

Uma nova fronteira foi alcançada no ano de 2020 no mundo profissional.

As empresas precisaram prestar mais atenção ao bem estar dos funcionários. A saúde mental, bem estar e a manutenção de conhecimentos e competências, entraram na lista de assuntos importantes e de metas das empresas e equipes de RH.

Nunca foi tão discutida a produtividade e a forma que o indivíduo encara suas rotinas de trabalho, como foi no ano de 2020. Isso ocorreu por causa da crise do Coronavírus e do distanciamento social, que resultou no trabalho remoto na maioria das empresas.

Com isso vieram as mudanças e novas práticas, e com elas uma reforma nos valores e condicionamentos das empresas em relação aos seus colaboradores.

Fatores relacionados à transparência e à flexibilidade em relação aos colaboradores, são um assunto recente na história das corporações. Essa abertura para o lado emocional da sociedade como um todo fez com que as empresas pudessem se conectar mais com as pessoas, e perdessem um pouco de suas características de rigidez e de corporativismo.

Portanto, uma vez que uma empresa se dá uma chance de ser mais humanizada, ela acaba sendo mais autêntica com o público e com seus colaboradores e até mais real em seus discursos.

O que dizem os especialistas

Em dezembro, tivemos um bate papo com Cristina Weiss, Diretora Regional de Recursos Humanos da Swiss Re, sobre Tecnologia e a Humanização: os novos desafios do RH.

Com base na live e na discussão, levantamos alguns assuntos que são muito interessantes para entender melhor o cenário em que vivemos e também como as empresas estão se tornando mais humanizadas.

Separamos 4 tópicos que se mostraram interessantes para exemplificar o que equipes de RH estão passando no momento e de como vão se adaptar ao novo cenário.

1. Mudanças no RH e em suas funções

Quem trabalha nessa área sabe muito bem que houve um distanciamento das equipes dentro das corporações, e que surgiu um desafio quanto ao acompanhamento dos colaboradores em seu dia a dia.

Isso fez com que as atividades dos recursos humanos mudassem em certos pontos. As empresas tiveram que pensar em formas de conectar suas equipes, mantê-los engajados e também produtivos – como era feito no trabalho nos escritórios.

Nem todas as pessoas conseguiram se adaptar a rotinas solitárias.

Segundo a Cristina, “ir ao menos uma vez por semana na empresa, favorecia a saúde mental de muitos colaboradores”, que quando ficavam a semana inteira isolados, tinham sua produtividade em queda. Isso criou novas dinâmicas e jornadas mistas entre o trabalho in loco e o trabalho remoto.

A consequência dessas mudanças foi a necessidade de pensar na preparação dos colaboradores e em formas de criar um RH que pudesse atuar de maneira remota, criando novas dinâmicas e maneiras de criar interação entre as equipes.

2. Mudança no espaço de trabalho e da vida particular

Com a mistura da vida privada com o espaço de trabalho, os horários dos colaboradores e seus procedimentos de gestão de tempo foram repensados.

Foi por isso que, segundo a Cristina, “a saúde das pessoas deixou de ser um assunto privado e muitas vezes escondido, para se tornar um assunto aberto, entre todas as pessoas da equipe”. Dessa forma, “a vulnerabilidade deixou de ser um sinal de fraqueza, e começou a ser compartilhada e exposta”.

Isso com certeza contribuiu muito para o desenvolvimento de empresas  humanizadas, com atributos relacionados à vida real das pessoas, seja do colaborador ou do próprio cliente.

3. Dispersão durante o horário de trabalho e falta de organização

A dispersão e perda de produtividade sempre existiu, mas foi sentida por mais pessoas durante a pandemia.

Um desafio que fez parte da rotina de todo profissional em home office foi a necessidade de ter mais disciplina em suas jornadas diárias. Fatores como incertezas e falta de horários definidos resultaram na dispersão e na queda de produtividade de muitas equipes.

Dessa forma, o assunto referente a treinamentos e novas maneiras de medir a produtividade das equipes voltaram a fazer parte da agenda de diversos gestores.

4. Lifelong learning

Pegando o gancho do ponto anterior, outro assunto que ganhou muita importância nos últimos tempos foi o Lifelong learning, que é “o desenvolvimento contínuo, feito pela aprendizagem ao longo da vida”.

O isolamento fez com que as pessoas tivessem que aprender a usar novas ferramentas (softwares) e novas maneiras de atuar em suas áreas.

Enquanto estavam trabalhando presencialmente, as pessoas podiam recorrer a outros membros da equipe para trocar experiências e realizar atividades em colaboração, quando não se tinha o conhecimento adequado para a tarefa. Durante o trabalho remoto essa possibilidade se reduziu, por consequência da ausência ou da mudança dos quadros de funcionários.

O resultado: as pessoas tiveram que estudar e se qualificar.

E uma maneira de evitar que as equipes ficassem desatualizadas das necessidades e competências exigidas pelo mercado, seria o estudo autodidata – em paralelo com os treinamentos corporativos.

Falamos bastante sobre lifelong learning nesse bate-papo com especialistas das empresas Dasa e B2W Digital.

Treinamento para gerar entregas

Um dos assuntos mais interessantes levantado pela Cristina, foi em uma mudança na maneira que o trabalho é visto:

as entregas e resultados serão mais importantes do que as horas trabalhadas.

Segundo Cristina, “por mais que haja algum tipo de fiscalização, o acompanhamento à distância jamais será igual como era feito nas empresas”.

Por isso, por mais que alguns gestores não gostem, haverá uma mudança na forma que o trabalho é visto e idealizado. Não serão mais as horas e o tempo de trabalho os fatores de qualidade/confiança, e sim as entregas, que poderão ter dias certos para ocorrerem toda semana.

Próximos passos para se tornar uma empresa humanizada

Quer saber o que seus funcionários acham da sua empresa e entender como melhorar? O primeiro passo é realizar um diagnóstico de clima organizacional para identificar os pontos de melhoria e informar um plano de ação. A Tamboro pode te ajudar nessa tarefa.

Se você já está no caminho e quer identificar as habilidades do seu time e oferecer mais opções de desenvolvimento para seus funcionários, conheça a plataforma da Tamboro para desenvolver o potencial máximo dos seus colaboradores.

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