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[Série] Como os adultos aprendem? #3. Aprendizagem pela experiência

Seus colaboradores fazem reuniões para discutir seus próprios conhecimentos e habilidades? Esse tipo de evento poderia estar aumentando o conhecimento coletivo e ampliando a criação de novas ideias e de novos produtos.

Em nosso terceiro episódio da série “Como os adultos aprendem”, vamos falar do conhecimento tácito e do conhecimento compartilhado entre os colaboradores, e como isso pode ajudar a sua empresa a crescer.

Ao término da leitura, você vai poder compreender melhor:

Leia aqui o artigo anterior sobre Microlearning

O conhecimento tácito nas empresas

O ensino tradicional costuma estar associado ao conhecimento explícito, onde imagens, textos e material visual exemplificam o tema da aula. Quando falamos de conhecimento tácito, a maneira de aprender está associada ao conhecimento interno de cada um, e de suas experiências passadas. O indivíduo é submetido a alguma experiência inédita ou novo conhecimento, e estas são assimiladas por ele através do conhecimento de natureza tácita que o indivíduo já carrega consigo.

Sua forma de expressão está associada ao “aprender fazendo” (Learn by doing), pois são conhecimentos muitas vezes empíricos dos indivíduos, os quais são aprendidos e entendidos de maneira sensorial.

Outra característica importante é que o conhecimento tácito é expresso pela prática, ou seja, pela troca de experiências com coisas e métodos tangíveis. Esse método se associa à maneira que os adultos aprendem, pois envolvem exercícios e exemplos no mundo real.

As situações que são enfrentadas no dia a dia são muito desafiadoras nas empresas e isso torna o conhecimento tácito atrativo, pois ele consegue estar “além da teoria”, abordando experiências passadas da equipe. Se nossos colaboradores tiverem conhecimentos que possam nos ajudar na resolução de problemas específicos, tornar essas experiências em algo de uso coletivo vai fortalecer a empresa como um todo.

O conhecimento se torna compartilhado e sempre se atualiza internamente das equipes; ajudando não somente novos colaboradores a entender os processos, como também aqueles que já estão a mais tempo na empresa a enriquecerem seu repertório de habilidades. Algumas maneiras de trazer o conhecimento tácito para dentro das equipes são: treinamentos corporativos colaborativos, apresentações, aulas “com o gestor”, microlearning e a implementação de uma cultura maker.

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Como usar o conhecimento do indivíduo em prol da empresa?

Existem diversas formas de compartilhar o conhecimento de uma pessoa para outras, ainda mais em um ambiente colaborativo. Daremos agora 2 exemplos de como você, ou sua equipe, podem realizar treinamentos internos e incentivar a busca de novos conhecimentos por parte dos colaboradores e também das lideranças da empresa.

Workshops: Essa estratégia consiste no ato de se voluntariar. Um colaborador que seja muito bom em uma área ou conhecimento (podendo ser soft ou hard skills), cria um workshop ou apresentação sobre o tema que domina, levando esse conhecimento para outras pessoas. O ideal é que seja feito de maneira recorrente em uma empresa, com o incentivo dos gestores. O workshop inaugural deve vir de algum gestor ou cargo de liderança, para incentivar outros a fazerem parte do processo.

Estudos em grupo: Grupos com um interesse em comum podem se unir para criar aulas ou a aprenderem determinadas ferramentas de trabalho ou idiomas. As reuniões podem ser presenciais ou até mesmo remotas, tendo sempre um dia da semana fixo para serem feitas. Nesse caso, os colaboradores podem obter a ajuda de plataformas de microlearning ou de treinamento corporativo, para enriquecer a experiência de aprendizagem.

Mas lembre-se: cabe aos superiores ou RH da empresa proporcionar as condições para que esses encontros aconteçam.

Learn by doing (aprender fazendo)

Vamos falar de uma outra proposta de ensino para adultos que é o Learn by doing. O ato mais importante desse método de aprendizagem está na observação e obtenção de feedback.  Após apresentar um problema ou tema a ser discutido, uma rodada de brainstorm é realizada com a ajuda de outros integrantes da empresa.

Exemplo de atividade colaborativa e prática da plataforma Tamboro que pode ser customizada para a realidade de cada empresa

Por meio desse processo, as equipes buscarão sempre melhorar suas entregas e seu trabalho, pois elas encontram de maneira otimizada os defeitos e partes que devem ser repensadas de um projeto ou processo. As etapas são feitas da seguinte maneira:

O resultado desse processo será um teste prático, fora da abstração. As falhas e erros são identificados e validados junto aos clientes ou aos colaboradores. Após a validação, os erros são corrigidos e novas ideias são propostas, o que pode ou não reiniciar o ciclo.

E com a Tamboro esse processo todo pode ser feito online e de modo escalável para toda a sua empresa, com análises de caso, co-criação de soluções, troca de conhecimento entre membros da equipe e feedback individual. 

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Roadmap para desenvolver conhecimentos na empresa

Os roadmaps são normalmente usados por gestores para desenvolver projetos em empresas de tecnologia, assim como é usado para o desenvolvimento profissional, ao identificar quais habilidades devem ser desenvolvidas dentro de um determinado espaço de tempo.

Mas essa estratégia pode ser utilizada também em uma equipe, para desenvolver seus conhecimentos e habilidades profissionais.

Como isso pode ser feito na prática?

Por meio de uma avaliação de sua equipe, incluindo avaliação das soft skills, você vai poder identificar quais habilidades estratégicas são abundantes ou escassas em sua empresa, e poderá traçar um plano de desenvolvimento individual e coletivo.

Caso deseje usar esse método para identificar possíveis melhorias em sua equipe, você deverá adotar os seguintes passos:

  1. Identificar o que é necessário ter em sua equipe, sejam habilidades técnicas ou interpessoais;
  2. Ver com os colaboradores quais dos atributos eles se responsabilizariam em aprender ou a desenvolver. Você como empresa deverá dar suporte para as pessoas que se comprometeram a melhorar o quadro de habilidades da empresa;
  3. Documentar isso em algum framework (seu roadmap físico ou virtual);
  4. Estabelecer metas para alcançar as melhorias documentadas, dessa maneira você terá como base resultados tangíveis, com um prazo determinado para serem obtidas.

A seguir, falaremos de como incentivar aos poucos uma mudança de cultura em sua empresa, para que o desenvolvimento de ideias e de novos projetos se torne algo constante.

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A cultura maker

Uma das maneiras de incentivar a aprendizagem internamente em sua empresa é por meio da criação de uma cultura maker. No Do It Yourself, como é originalmente chamado, os colaboradores buscam criar tudo aquilo que precisam dentro da empresa, usando de recursos como pesquisas e do conhecimento das pessoas (experiências, hard skills, etc).

Essa cultura não contribui somente para questões ligadas ao estudo e a educação, mas também para aumentar o engajamento dos colaboradores em projetos e na criação de novas ideias.

Conexão e colaboração interna gerando criatividade no trabalho

Uma característica muito forte dentro dessas culturas é o compartilhamento de ideias. Quando há o compartilhamento de ideias e experiências, o conhecimento coletivo tende a se ampliar, e a ser usado por mais pessoas. O conhecimento e as experiências, dessa forma, começam a ser experimentadas por todos – até mesmo por aqueles que tinham menor experiência com um determinado assunto.

Nesse ambiente, a criatividade e o nascimento de novas ideias se torna algo natural, podendo haver a criação de novos produtos e serviços, utilizando de recursos muitas vezes já existentes na equipe. As chances de obter resultados inovadores de dentro das equipes, se tornam maiores quando criamos conexões entre times e áreas diferentes da empresa.

Criação de redes externas

Na cultura maker, os envolvidos com os projetos de uma empresa ou com a aprendizagem contínua (Lifelong learning), criam também redes de conhecimento. Nessas redes, que se conectam com o mundo externo (outras equipes e outras empresas), é possível obter ajuda com temas que não se tem o domínio, e podemos nos manter atualizados com as áreas de nosso interesse.

Grupos de estudos internos, ou até mesmo com o auxílio de comunidades na internet, poderão se tornar uma verdadeira fonte de inspiração para o nascimento de novas ideias e projetos na empresa. Essas interações conseguem manter as equipes de estudo e de makers (adeptos da cultura maker) engajados com seus próprios valores e ideais, que são transmitidos em suas reuniões ou ritos de sua empresa.

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Juntando todos os métodos e ideias apresentadas hoje, um profissional pode criar um ambiente onde ideias são expostas, discutidas e até mesmo colocadas em prática. O conhecimento de outros colaboradores, principalmente o conhecimento tácito, poderá contribuir muito para a realização desse método, pois experiências e fracassos do passado serão de grande ajuda.

O segredo do sucesso de se fazer o learn by doing em sua empresa, está em documentar e medir os resultados de todas propostas e ideias que são testadas em campo (seja internamente ou externamente, com os clientes).

Caso deseje saber mais sobre essas metodologias de teste e feedback, recomendamos o livro Lean Startup, que aborda bem esses processos que visam não desperdiçar recursos, como o tempo das equipes.

Se você perdeu os posts anteriores desta série, leia aqui o artigo Como os Adultos Aprendem?

#1 Entenda o que é Andragogia

# 2 Como Aplicar o Microlearning

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