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Música no trabalho aumenta mesmo a produtividade?

Você costuma estar sempre com fones de ouvido, escutando suas playlists preferidas até no trabalho? Ou, quem sabe, tem até mesmo uma seleção especial de músicas para a hora da labuta? Talvez esse hábito possa ajudar você a ser mais produtivo!

Segundo pesquisa da empresa britânica de neuromarketing Mindlab International, 88% dos profissionais entrevistados realizam suas funções de maneira mais eficiente quando estão ouvindo música. A cada 10 colaboradores, nove produzem melhores resultados quando trabalham ouvindo música se comparado a quando o fazem em silêncio.

Para a pesquisadora e musicoterapeuta Mirian Steinberg, o hábito pode ser benéfico para incentivar o trabalho, mas é relativo a cada indivíduo. “Não há receitas: a concentração é uma função cognitiva que varia em cada pessoa. Uns se concentram mais escutando música, outros no silêncio. Alguns com música erudita e outros com rock pesado”, explica.

Os neuropsicólogos da empresa do Reino Unido declaram também que os estilos musicais importariam: a música clássica ajudaria em casos de cálculos e necessidade de atenção; a pop no trabalho com dados; músicas mais animadas seriam ideais para ganhar agilidade em leituras; enquanto, no caso de atividades que envolvessem escrita ou informações novas, a melhor escolha seria aquelas apenas instrumentais, já que as letras poderiam atrapalhar.

Tudo em prol do humor

Uma explicação para os benefícios da música no trabalho seria sua relação com o aumento de produção da dopamina, uma substância neurotransmissora, que tem relação direta com a sensação de prazer e com capacidade de manter o foco.

“O corpo recebe a música não só pelas vias aéreas do canal auditivo, mas também pela vibração no corpo que, dependendo da música, nos atinge e modifica nosso humor no momento”, explica a musicoterapeuta.

A forma como a música vai influenciar nosso cotidiano – inclusive no trabalho – passa também pela maneira como nos relacionamos e damos atenção a ela. “Há variações de escuta: desde indiferente até uma escuta intensa que gera expressões de emoções, movimentos e ações, como a de cantar junto. A música pode fazer alguém se lembrar de situações, de pessoas, nos transportar para outro tempo e espaço, bem como pode incomodar bastante também se o foco da sua atenção estiver em outra coisa”, aponta Mirian.

Em 2005, a pesquisadora e professora da Universidade de Miami, Teresa Lesiuk, já havia descoberto que o hábito de ouvir música afeta o desempenho profissional. A partir de um estudo com especialistas de Tecnologia da Informação, a pesquisa mostrou que quem ouvia música – de livre escolha – era mais ágil e tinha melhor performance justamente porque as melodias melhoravam o humor.

O que levar em conta antes de escolher a playlist

A PhD em Música pela Universidade de Sheffield, no Reino Unido,  Anneli b. Haake, indicou em seu site os critérios que devem ser levados em consideração na hora de escolher o que ouvir no trabalho. Mas não se esqueça de considerar o contexto em que você está e cuidado para não desobedecer à política da empresa! Confira:

Pense bem em como cada música funciona para você, porque a estrutura de uma melodia pode motivar diferentes reações emocionais – como uma peça instrumental mais complexa que é perturbadora para algumas pessoas, ou uma canção com letra que incentiva associações com memórias pessoais, te distraindo mais facilmente. Há quem também relacione instintivamente música com lazer, o que não é legal na hora do trabalho.

Se você já escuta música no trabalho ficará menos distraído ao fazê-lo porque está mais acostumado. Além disso, esse hábito pode ser usado para evitar interrupções de estímulos externos (como barulho no escritório, por exemplo), mas também é possível que cause mais distração quando essa interrupção já aconteceu (como quando um colega te chama e você segue prestando atenção apenas na sua playlist por alguns minutos), logo vale manter-se atento para não prejudicar a sua produtividade. E, claro, na hora de dar o play, não se esqueça de considerar a complexidade da tarefa que você está realizando: quanto menos familiarizado com ela, maiores as chances de distração.

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