A cidadania do século 21

Em outubro deste ano, nós iremos às urnas naquele que é reiteradamente apontado como o mais importante processo eleitoral brasileiro desde as eleições de 1989. Estamos preparados para exercer plenamente a nossa cidadania?

Por 13 de setembro de 2018Coordenada

Antes de tentar apontar alguns caminhos para a reflexão em torno da pergunta feita acima, é importante salientar que este não é um artigo sobre as disputas que cercam a política partidária brasileira, mas sobre Educação no século 21.

O ato de pressionar o botão de “confirmar” na urna eletrônica é precedido de uma série de processos formativos para os quais o Brasil não tem dado atenção o suficiente. Engana-se quem pensa que são apenas os candidatos que estão se colocando à prova na disputa eleitoral de 2018. O resultado das próximas eleições também nos mostrará com clareza a nossa “proficiência” como cidadãos.

O eleitor consciente terá que colocar em ação a sua capacidade de Pensamento Crítico, uma vez que será necessário analisar diferentes propostas para problemas que nos acompanham há séculos, assim como para desafios que fazem parte do contexto global, como questões ligadas a populações de refugiados, o tema da sustentabilidade e a correta identificação de falsas notícias.

O eleitor consciente será chamado a opinar, seja em conversas com familiares ou em discussões em redes sociais. Para que suas ideias possam ser ouvidas e que também tenha condições de ouvir as ideias dos outros, terá de ser capaz de estabelecer uma Comunicação efetiva e uma comunicação não-violenta, traduzida em cordialidade, correção, concisão, clareza e coerência.

O eleitor consciente precisará olhar para o Brasil pela lente da Diversidade e reconhecer o “outro” não como um inimigo, mas como alguém com história, necessidades e proposições específicas. Compreender que, por razões históricas, a cidadania não é experimentada da mesma forma por todos. Segue daí a necessidade de promovermos uma política aberta a múltiplas vozes.

O eleitor consciente precisará olhar para o Brasil com a curiosidade de quem vê algo pela primeira vez. Antigos problemas que se apresentam como indissolúveis podem, com Criatividade, se transformar em soluções inovadoras e beneficiar milhões de cidadãos, sobretudo com o investimento em novas tecnologias que privilegiem o impacto social.

O eleitor consciente precisará analisar todos os atores envolvidos na Resolução de Problemas Complexos que sabemos não ter apenas uma única e mágica solução. Nesse sentido, será necessário não nos esquecermos que temos alto interesse e relevância para as propostas que definirão o futuro do país. Somos todos parte das soluções possíveis.

O eleitor consciente sabe, por fim, que entre o gesto do dedo em direção ao botão de “confirmar” e o aviso sonoro de que o seu voto foi computado existe a mobilização de todos os saberes e experiências adquiridas ao longo de todo uma vida. Ora, estamos falando aqui realmente de Educação. A Educação mais essencial e estratégica de todas, aquela que nos auxilia a desenvolver competências para que possamos fazer as melhores escolhas para a nossa vida pessoal, profissional e cidadã.

Estamos preparados?

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  • Gustavo Sobreira disse:

    Parabéns pelo texto. A Educação é o meio primordial para que se instaure o desenvolvimento de forma justa em uma sociedade. Sem ela não há futuro promissor e igual para seus cidadãos e muito menos processos democráticos que de fato funcionem.

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