Como a cultura maker pode beneficiar o ambiente corporativo

Colocar a mão na massa nunca esteve tão em alta, mas o que essa nova onda pode trazer de benefícios para as grandes empresas?

Por 3 de abril de 2018Cultura Organizacional, Mercado

Dinamismo, curiosidade, cooperação… Essas são apenas algumas características que beneficiam as empresas que incentivam o pensamento maker em sua cultura organizacional. Com a expansão dessa mentalidade, o cotidiano de longos processos pode ser substituído por ações mais práticas, sem falar que os profissionais que seguem essa linha de trabalho e criação apresentam uma postura mais resolutiva e de maior iniciativa frente a desafios e problemas.

Mas, afinal, o que é esse movimento que vem trazendo benefícios para as corporações que o incorporam dentro de seus processos?

A cultura maker tem origem no chamado DIY (Do It Yourself ou, em bom português, o faça você mesmo), a ideia de colocar a mão na massa e construir o que você precisa. Porém, indo além, ela se aprofunda nos fundamentos tecnológicos e técnicos envolvidos nas criações, conectando pessoas e novas ideias.

A cultura maker em três passos:

  • Fazer, fazer, fazer

  • Registrar publicamente

  • Colaborar, participando de uma comunidade

Dinamismo

A agilidade no processo vem do fato de que os makers se arriscam mais e colocam a mão na massa logo de início. A partir de um interesse ou problema, um fazedor (como são chamados os makersno Brasil), prototipa uma solução – constrói uma versão teste –, descobrindo caminhos para um novo projeto já na prática. Dentro de uma empresa, essa mentalidade pode poupar tempo e dinheiro até se chegar ao resultado.

Nesse sentido, a cultura maker impacta diretamente a forma como empresas desenvolvem e gerenciam seus projetos, porque dentro dela os processos são bem mais dinâmicos.

“Para ser maker a primeira coisa que você precisa é fazer, mas, dentro do que a gente acredita, não basta fazer, é preciso compartilhar”, diz Maurício Jabur, especialista em computação física e consultor de interatividade, projeção mapeada e automação, um maker por hobby e profissão.

Ele explica que, além da criação em si, a cultura maker é caracterizada pelo registro público dos produtos, podendo receber novas versões, ideias e outras pessoas; e pela colaboração, não só quando há trabalho presencial conjunto, mas também devido à troca por meio de comunidades criadas com o auxílio da internet – formando, assim, uma rede global.

Colaboração

Aliás, comunidade é uma palavra chave quando se trata de fazedores. Eles se relacionam em rede e compartilham seus conhecimentos, aumentando as chances de um resultado inovador e certeiro. Ou seja, quando falamos de cultura organizacional, esse ambiente mais colaborativo pode ser ainda mais valioso, incentivando as parcerias e comunicação entre os colaboradores de diferentes áreas dentro das empresas.

Conexão com novos mercados

Outro ponto para grandes corporações ficarem atentas ao movimento é que makers investigam mercados não explorados por pura paixão. Se pensam em algo que não existe até então, constroem. Essa curiosidade pode trazer novidades e caminhos diferentes para as empresas.

E essa nova visão pode ser estimulada por meio de ações internas para seus próprios profissionais, como os hackathons (maratonas de programação) e as residências (eventos nos quais a empresa convida mentores para ajudar a viabilizar ideias de outras pessoas). É possível ainda se beneficiar de ambientes que já são cercados pela cultura colaborativa, como os coworkings ou fab labs (laboratórios de criação abertos ao público).

Outro caminho possível para empresas interessadas em estar conectadas com a inovação  – esse com menor envolvimento dos colaboradores internos – é o contato direto com fazedores por profissão, por assim dizer: investindo em produtos e soluções criadas por makers, e proporcionando larga produção e distribuição, por exemplo. Ou ainda contratando esses profissionais independentes para projetos pontuais com o objetivo de resolver problemas com maior agilidade.

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