Uma empresa na qual os funcionários não conseguem se comunicar é uma empresa cujas equipes não caminham na mesma direção e cujo desempenho está indo a passos mais lentos do que poderia. Promover um espaço de diálogo é garantia de maior produtividade e aumento no nível de satisfação dos colaboradores. Quando o assunto é comunicação, a teoria é bem clara, mas na prática não é bem assim que funciona…
Para Luca Borroni, fundador da Brain Business School, escola de negócios com foco em empreendedorismo, um dos grandes dilemas corporativos é alinhar a comunicação e fazer com que ela acompanhe o crescimento de uma empresa. “Quanto mais complexa a estrutura da organização, mais fácil fica da comunicação interna se perder. E uma comunicação falha causa uma quebra na performance da empresa como um todo”, explica.
Na prática, é o ouvir e responder todo e qualquer colaborador que mantém o time coeso e motivado, além de dar sensação de segurança aos profissionais, que, sempre informados, saberão identificar qual é a sua função na estrutura da empresa.
Segundo uma pesquisa de 2013 sobre o engajamento por parte dos empregados, realizada pela empresa americana TinyPulse, desenvolvedora de um aplicativo que mede a satisfação dos colaboradores, apenas 42% dos funcionários consultados conhecia a visão, a missão e os valores dos locais onde trabalhavam.
No mesmo estudo, a transparência da gestão foi apontada como o principal motivo de felicidade das pessoas com seus empregos, fator que pode ser alcançado com investimento em um diálogo constante e mais simples entre todos os setores e, principalmente, entre gestores e colaboradores. Borroni explica que este diálogo pode ser realizado com o auxílio de diferentes estratégias e que, dependendo da equipe, até mesmo as redes sociais podem ser usadas para melhorar a comunicação do time.
De acordo com o especialista, quando os funcionários estão mais reativos do que proativos, é um sinal vermelho. “O primeiro capital é o capital humano. Determinadas decisões são de cima para baixo, mas a organização não pode ficar engessada, é bom que os colaboradores deem sua opinião. Se eu contrato alguém que nunca vou ouvir, por que vou contratá-lo?”, provoca.
Do outro lado da conversa
O profissional ciente do poder da escuta também tem grandes chances de se destacar no mercado de trabalho e em sua carreira. Para Borroni, esta é uma qualidade desejada por todas as empresas e é preocupação constante dos recrutadores, que buscam, já nas entrevistas, entender se o candidato ouve e respeita a opinião alheia, se influencia os outros, se tem mente aberta e para para refletir frente a argumentos consistentes…
Para quem já está no mercado de trabalho, o especialista lembra que permitir que a comunicação flua é essencial para melhorar o ambiente corporativo. Entra em campo a colaboração e a troca de ideias no dia a dia e não só em reuniões específicas. “A comunicação é o veículo mais claro e rápido do conhecimento. Não há mais a velha ideia de que é preciso reter conhecimento porque ele é poder”, completa.
Home Office
Em um período em que o trabalho remoto está cada vez mais em alta, as empresas e os líderes precisam redobrar o cuidado com a comunicação para que tudo funcione bem. “As organizações são feitas de equipes para criar o que é chamado de caldo organizacional, no qual as pessoas se conhecem, criam coesão, respeito e uma maneira de pensar em comum”, explica Borroni.
Logo, sempre que possível, é indicado ter momentos de encontro entre times que trabalham à distância, com trabalho presencial um dia por semana ou eventos periódicos, para que, mais do que um grupo de pessoas unidas por uma tarefa, elas se tornem uma equipe que se comunica de forma clara e eficiente.
7 mantras da boa comunicação no ambiente corporativo
- Sempre ouvir a opinião de todos. Todos mesmo. E não só nas reuniões.
- Incentivar a troca de ideias no dia a dia.
- Promover o trabalho em equipe.
- Não guardar informações para tentar se beneficiar delas depois. Compartilhe ideias e decisões!
- Cultivar no ambiente de trabalho a prática de dar e a receber feedbacks no dia a dia.
- Utilizar canais oficiais para comunicação com os colaboradores, como intranet e, dependendo do caso, até redes sociais.
- Não se envolver e desestimular a chamada “rádio peão” (fofocas).
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