A promoção no trabalho nunca chega… Será que você está se autossabotando?

Entenda como atitudes inconscientes no trabalho podem prejudicar seu desempenho e impedir que você consiga se destacar e ter o reconhecimento que merece

Por 14 de dezembro de 2018Carreira

Vive se colocando em situações difíceis em sua vida profissional? Não consegue reconhecer o valor do próprio trabalho? Acha que não é merecedor de reconhecimento ou aumento de salário, apesar do seu esforço? Se respondeu SIM a alguma destas questões você deve ficar atento à síndrome do impostor.

Essa é uma condição que faz com que as pessoas não consigam reconhecer seu sucesso e sua capacidade, acreditando que elas são “impostores”, ou seja, fraudes, e que em algum momento o mundo vai descobrir isso.

Esse sentimento independe das reais conquistas que as pessoas conseguiram ao longo da vida e do destaque que elas tenham em suas carreiras.

Até mesmo a famosa atriz de Hollywood, Emma Watson, que interpretou Hermione na saga Harry Potter, declarou, há alguns anos, se sentir assim. “Se chama síndrome de impostor. É como se quanto melhor eu me saia, mais cresce minha sensação de inadequação, porque estou seguindo em frente. A qualquer momento alguém vai descobrir que sou uma fraude, e que não mereço nada do que conquistei”, disse em entrevista à revista Rookie.

Autossabotagem profissional

A psicóloga e especialista em terapia cognitivo-comportamental, Ellen Moraes Senra, explica que a síndrome do impostor pode passar despercebida porque quem a possui desenvolve um padrão de pensamento e de comportamento que tende a reforçar as suas crenças de que não é capacitado.

Um desses mecanismos é a autossabotagem, geralmente ligada à baixa autoestima e que acontece na vida de todos os seres humanos, mas em especial em quem se sente um impostor. É aquele momento em que você pensa “eu não vou nem tentar fazer isso, porque não vai dar certo mesmo…”, sabe?

“É um processo no qual a pessoa promove malefícios para si mesma. Então, no ambiente corporativo, ela pode desempenhar mal alguma tarefa, prejudicando a visibilidade dela no trabalho… Mas é, na verdade, uma sabotagem porque não é que ela não saiba fazer, ela apenas não está se dedicando de fato para aquela ação”, explica a especialista.

Essas atitudes de autossabotagem acabam reforçando a síndrome do impostor pois reafirmam para quem a possui que não é um profissional capaz.

“Se alguém acha que não é bom o suficiente ou que nunca vai conquistar nada na vida, começa a desenvolver comportamentos e atitudes que vão reforçar isso. Começa a nem tentar… Não tenta uma vaga para uma promoção na empresa porque acredita que outras pessoas são mais capacitadas, por exemplo”, explica Ellen.

Ainda que o profissional tenha evidências de que é bom no que faz, sempre vai atribuir seus ganhos a terceiros – seja a colegas seja à sorte.

Como identificar a síndrome do impostor

É preciso ficar atento se você idêntica essas características nos colegas à sua volta. As outras pessoas têm um papel importante na identificação e questionamento dos comportamentos de autossabotagem ou de depreciação de suas próprias conquistas porque é mais difícil identificar a síndrome em si próprio.

Uma boa estratégia é tentar mostrar os ganhos significativos que a pessoa já teve na vida, contrapondo o que a pessoa acha sobre si mesma com fatos que mostram o contrário.

Uma vez identificado o problema ou a suspeita, é indicado procurar ajuda profissional, pois a síndrome do impostor e a autossabotagem podem resultar em transtornos mentais mais graves, como depressão e ansiedade.


Dicas para não cair na autossabotagem:

– Revise seus trabalhos para garantir que estão de acordo com o padrão de qualidade que você realmente pode mostrar, garantindo que não se sabotou, mesmo que isso signifique demorar um pouco mais em cada tarefa.

– Fique atento ao que foi pedido para não fugir do que foi solicitado “sem querer” – deixe uma lista do que foi combinado sempre à mão.

– Faça sempre uma autocrítica ao terminar seus projetos: você deu o melhor de si? Não há problema nenhum em refazer o trabalho, se isso for possível, caso perceba que poderia fazer melhor.

Escute as pessoas ao seu redor: elas podem perceber que você está apresentando, de forma inconsciente, resultados muito abaixo do seu potencial.

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