Sobre este dia. Sobre todos os dias.

Dia 19 de Novembro é o Dia Mundial do Empreendedorismo feminino. Véspera do Dia da Consciência Negra. Muitos motivos para escrever com intencionalidade.

Por 23 de novembro de 2020Coordenada, Zona de impacto

No dia 19 de novembro é comemorado o dia mundial do Empreendedorismo Feminino, uma data criada pela ONU.

Como a Tamboro é uma empresa fundada por duas mulheres, achei importante abordar esse tema e trazer alguns dados sobre a participação feminina não apenas na construção de marcas e empresas, mas também como respostas aos desafios impostos pela economia; aos desafios da representatividade (se somos mais da metade da população, esta representação deve acontecer em todos os segmentos e dimensões sociais) e mais, muito mais. 

Bom, vamos então ao porquê desta data ser tão simbólica e importante e o que podemos esperar da luta por direitos iguais. 

Por que comemorar essa data?

Para começar, a participação feminina no mercado de trabalho deve ser comemorada com vigor uma vez que o  ambiente corporativo historicamente é majoritariamente masculino. Se fizermos o recorte da presença de mulheres em cargos de liderança, este abismo aumenta.

Chegamos ao século XXI e “empreender” ganhou destaque e se tornou fonte inesgotável de palestras, cursos e livros. Fórmulas de sucesso aos quatro cantos, muitas vezes, cantadas por quem, inclusive, nunca empreendeu. Curioso, no mínimo!

Hoje, a maioria dos microempresários individuais (MEI) no Brasil são homens. Questão de tempo para isso mudar – afinal, de acordo com o @Sebrae, 48% dos MEIs no Brasil são mulheres. Ainda assim, até 2018, apenas um terço das empresas brasileiras possuíam mulheres como donas e/ou fundadoras. 

Minha aposta (desejo) é que o empreendedorismo feminino ocupe espaços mais e mais relevantes no mercado brasileiro. Mais empresas e mais lideranças femininas, na minha opinião, são capazes de contribuir de forma consistente com a dinâmica social e corporativa no Brasil.

Muitas mulheres possuem a confiança e autoestima fragilizadas quando o assunto é independência financeira, e claro, autonomia no mundo de trabalho. Isso se deve a diversas crenças e fatores culturais que alimentam nossa educação ao longo da vida (violência estrutural é apenas uma delas). A autonomia econômica deve ser um mantra, um propósito a ser perseguido quando discutimos os aspectos ligados ao empreendedorismo feminino. 

Mulheres independentes financeiramente são livres para decidir suas próprias vidas. São capazes de sair de círculos de violência. São fortes e conscientes para impactar de forma positiva não apenas suas vidas, das também de toda a comunidade onde ela está inserida.  

Precisamos ter intencionalidade e consciência da tamanha relevância e potência de termos mais e mais mulheres empreendendo no Brasil. Quando o cenário do País começa a mudar, precisamos capturar essa janela de oportunidade e tornar essa discussão irreversível de forma a criar um ambiente social e economicamente propício para que mais e mais mulheres assumam a posição de fundadoras/co-fundadoras e líderes em empresas.

Sobre as vantagens de termos empresas com lideranças femininas? Senta que vem história!

O mundo mudou. O mercado também. Quem muda o mundo, são as pessoas. E, nesse contexto, como uma sociedade em constante evolução, estes valores começaram aos poucos a mudar e a influenciar positivamente a discussão sobre a participação e influência feminina no mercado. Conseguimos comprovar por meio de pesquisas que mulheres empreendem de forma diferente aos homens. Temos outras motivações e enfrentamos outras dificuldades.

A maternidade é sim um gatilho para mulheres empreenderem: a minha, inclusive, foi um divisor de águas na minha vida nesse sentido. Certa vez ouvi a Ana Fontes, fundadora e presidente da Rede Mulher Empreendedora e do Instituto Rede Mulher Empreendedora. dizer: “afinal, nasce um filho, nasce uma mãe, nasce uma empreendedora.” 

Estamos falando de um mundo globalizado onde há uma interdependência maior – toda nação impacta uma a outra, em escala global – e a competição acirrada abre espaço para parcerias e alianças. Colaboração e co-criação. Diversidade. Pluralidade.

Empresas mais humanizadas

Não há como falar de empresas humanizadas e não destacar a influência e iniciativas de mulheres nessas ações junto à pequenas, grandes e médias organizações. 

Durante a pandemia, mudanças pecept[iveis se colocaram na maneira em que os colaboradores/equipes e estruturas internas eram percebidas e passaram a se comportar por conta do isolamento social e trabalho remoto. Emoções, crises/problemas pessoais e profissionais têm sido abordadas com maior frequência e recorrência influenciando de forma significativa a forma como os CNPJs precisam passar a lidar com os CPFs que fazem o dia a dia do negócio acontecer.

Alguns valores que são considerados novos no ambiente corporativo, na verdade, estão intimamente ligados ao ambiente e experiência familiar – afinal, por conta do isolamento, estamos em trabalho remoto trazendo a nossa vida pro trabalho, e o trabalho pra nossa vida íntima e pessoal. Um grande desafio, que traz consigo muitas oportunidades. 

Tamboro e o empreendedorismo feminino

Tamboro significa “para todos, sem exceção” na língua dos Ingarikós – população indígena que habita as imediações do Monte Roraima, na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela.

Nunca duvidamos que este fosse um nome perfeito para uma empresa que acredita que a educação e o aprendizado contínuo são as únicas formas de se transformar a sociedade que temos na sociedade que queremos.

Na Tamboro, queremos contribuir com o desenvolvimento do potencial máximo que cada um de nós carrega! Começamos, Samara Werner e eu, há 08 anos, como uma empresa dedicada à educação básica. Avançamos então para a formação de jovens no mercado de trabalho e, hoje, ganhamos maturidade nos métodos de identificação e desenvolvimento de talentos online, de forma totalmente escalável, aferível e contextualizada.

Desenvolvemos pessoas pautadas em análise de dados através de um algoritmo baseado em inteligência artificial. Conseguimos desenhar atributos de forma massificada e em larga escala, criando procedimentos mais robustos na identificação das melhores habilidades dos colaboradores e da força de trabalho na ponta da operação. 

Apostamos na tecnologia para democratizar e impactar o maior número de pessoas e, para garantir maior engajamento no processo, também criamos uma metodologia própria e inovadora, com atividades online e gamificação.

Samara, Engenheira, eu, Jornalista. Nos conhecemos em 2004 e, desde então criamos e implementamos muitos programas ligados à educação e tecnologia reconhecidos e chancelados por organizações nacionais e internacionais. Nossos valores dialogam e se encontram no contexto de uma crença comum: a educação precisa dialogar com os desafios do mundo contemporâneo! Tem mais dessa história contada numa matéria bem legal no site da Endeavor.

Por fim, que é sempre o começo

Dia 19 de Novembro é o Dia Mundial do Empreendedorismo feminino. Véspera do Dia da Consciência Negra. Muitos motivos para escrever com intencionalidade. Há que se ter empatia pelo tema diversidade? Sim! É o suficiente? Não! Se não agirmos para mudar, nada mudará. Me pergunto, todos os dias, o que fiz de diferente para contribuir com a mudança.

Publicações em redes sociais fazem parte do processo, cumprem um papel, mas não são relevantes o suficiente para dar conta dos desafios muitos que, como mulheres – no caso das mulheres negras, desafios ainda maiores! – sabemos que ainda vamos enfrentar e que precisamos combater.

A jornada é longa. Os desafios são muitos. Estamos nos preparando, estudando, trabalhando, agindo, inspirando, produzindo mais e mais para garantir que a voz de uma seja amplificada por e para muitas!  Sigamos em busca de mais equilíbrio e equidade. 

Esse texto foi a forma que encontrei após participar de um evento no dia 19/11/2020, dia do Empreendedorismo Feminino, com conteúdo extremamente relevante e com mulheres inspiradoras que fazem acontecer promovido pelo Sebrae DELAS. Após aprender e compartilhar, vim aqui formalizar minha crença na educação, na inovação e no empreendedorismo cada vez mais diverso e plural. 

Deixo aqui o convite pra você acompanhar nosso blog e redes sociais (@tamboroedu) onde falamos sobre nossas crenças na educação, na inovação, no uso de dados para tomada de decisão, na tecnologia como forma de democratizar o acesso, priorizando sempre a experiência e a colaboração entre as pessoas. Como diria um educador mineiro inspirador que sinto muita falta, professor Antonio Carlos Gomes da Costa: “não é preciso estar perto, para estar presente”. 

Artigo originalmente publicado no LinkedIn. Siga a Maíra Pimentel.

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